Omar Aziz é citado entre investigados por desvios de verbas da saúde no AM

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Uma troca de mensagens entre o empresário Mouhamad Moustafa e a sócia Priscila Marcolino, divulgadas pela Polícia Federal (PF), mostra intimidade entre o investigado e senador Omar Aziz. Em outra conversa, o médico fala sobre uma cobrança de dinheiro feita pelo ex-governador. Moustafa é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o chefe de um esquema de corrupção que desviou quase R$ 200 milhões de recursos da saúde no Amazonas.

Conforme a defesa do senador Omar Aziz, enquanto governador, até abril de 2014, não autorizou nenhum contrato e “nunca pagou um centavo sequer para o Instituto Novos Caminhos”. Sobre os irmãos e a esposa do senador, a defesa informa que “todos os documentos que comprovam as suas inocências das acusações já foram devidamente encaminhados à Justiça”, disse por meio de nota.

A defesa do Mouhamad informou que não reconhece qualquer tipo de relação ilícita que evidencie a prática do crime de corrupção.

Os peritos encontraram em um aplicativo de celular de Mouhamad, que está preso, uma foto que mostra o senador Omar Aziz, do PSB, sentado no sofá da casa dele, em Manaus. O autor da foto, tirada em junho de 2016, é Moustafa.

Segundo a Polícia Federal, ele mandou a imagem para a sócia Priscila Marcolino para mostrar que tinha intimidade com o senador. Na troca de mensagens, ela diz “Todo mundo folgado!”. O empresário responde “Menos eu né”.

Ainda conforme a Polícia Federal, o esquema começou quando Omar Aziz foi governador do Amazonas, em 2014. A PF afirmou que não pediu a prisão do ex-governador porque a Constituição determina que um senador só pode ser preso em flagrante, se cometer crime inafiançável, ou se for condenado pela Justiça.

“A investigação detectou que esse Instituto recebeu dois contratos de gestão para administrar. Foi levantado o sigilo da investigação, então isso já é de conhecimento público que ele é investigado”, disse o delegado Alexandre Teixeira.

Cobrança do senador

Um diálogo do dia 1º de agosto de 2016 entre Moustafa e a sócia Priscila Marcolino, obtido pela Polícia Federal, mostra a preocupação do empresário com uma cobrança feita pelo senador Omar Aziz.

Segundo a polícia, Mouhamad já teria recebido um repasse de R$ 15 milhões por meio do Instituto Novos Caminhos pelos serviços de saúde que prestava.

Confira a conversa:

“Priscilla, Omar foi comigo atrás de $$. Não entreguei nada pois está tudo com as etiquetas ainda. Preciso que você arrume um pacote de 200”.

Em outro trecho, segundo a investigação da Polícia Federal, Mouhamad fala novamente que está sendo cobrado.

“Estou precisando de R$ 250 mil em dinheiro urgente. Omar está desesperado precisando e me cobrando aqui que sabe que eu recebi. Já dei os 100 do Pedro não tem nem 50 lá em casa”.

Priscila Marcolino responde:

“Vou ver o que consigo”.

Maus Caminhos

Mouhamad era dono do Instituto Novos Caminhos, que fazia a gestão de hospitais do Amazonas. Segundo a Polícia Federal, ele pagava propina a políticos em troca de contratos superfaturados.

Em mais uma fase da investigação, três irmãos e a esposa do senador foram presos, acusados de receber propina em nome dele. Eles foram soltos dias depois. Nejmi e Amim voltaram a ser presos nesta semana.

A investigação da operação está diretamente relacionada com outras fases da Maus Caminhos, que são: ‘Custo Político’, ‘Estado de Emergência’ e a operação ‘Cashback’.

Na operação Custo político se apurou a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa. Todos praticados por cinco ex-secretários de estado, bem como diversos servidores públicos e o núcleo da organização criminosa desbaratada na primeira fase da operação.

Na operação ‘Estado de Emergência’ completava-se o núcleo político do poder executivo estadual, tendo alcançado o ex-governador, José Melo, que chegou a ser preso.

A operação Cashback investiu nas investigações do envolvimento de outras empresas em conluio, com a suspeita de que foram efetuados pagamentos embasados em notas fiscais falsas, sem a correspondente prestação de serviço, além de pagamentos por serviços superfaturados.

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