‘Show na bolha’ pode ser uma bem humorada alternativa para a volta dos artistas aos palcos de Manaus

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A banda na bolha foi um experimento que levantou o debate sobre o futuro dos eventos com a presença de público, como shows, concertos, peças de teatro e outros (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – da Revista Cenarium

Um engraçado experimento de colocar público e banda dentro de bolhas, como conceito de um show de rock, foi realizado nos Estados Unidos. A banda Flaming Lips se envolveu literalmente em bolhas de plástico para fazer seu concerto. A ideia caiu como uma luva para o debate sobre medidas preventivas nos pós-pandemia, no que diz respeito ao possível retorno dos shows musicais.

REVISTA CENARIUM conversou com artistas amazonenses que, como todos no Brasil, estão ainda em isolamento por conta da Covid-19.

Na cadeia produtiva da arte, os grandes, médios e pequenos eventos estão sem horizonte porque aglomeram público.

A cantora Márcia Siqueira achou curioso, mas, não aprovou a ideia. “Ainda prefiro as lives no YouTube”, relatou bem humorada.

Para ela, estudar novos conceitos para shows, é necessário. “Acho que temos que discutir alternativas, mas, a bolha não cai bem, atrapalha a visão”, observou.

‘Isolamento ainda é a melhor alternativa…’

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A cantora Márcia Siqueira prefere esperar tudo voltar ao normal, para voltar aos palcos (Reprodução/Internet)

A reconhecida cantora amazonense diz que mesmo que se criem conceitos novos, nesse “novo normal”, é melhor não arriscar.

“Mesmo que a gente discuta sobre uso ou não de máscaras ou bolhas, para mim, o isolamento social ainda é a melhor alternativa”, taxou.

A preocupação da artista recai sobre a família. “Minha mãe tem mais de 70 anos e está na luta contra um câncer, ela é do grupo de risco e alto”, relatou.

O quadro faz com que, apesar de centenas de convites, Márcia Siqueira recuse todos. “Não posso correr o risco de trazer essa doença para dentro da minha casa”, confessou.

Banda não topa

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A banda Catraia Rock diz que: ‘bolha por bolha’, já temos as redes sociais…’ (Reprodução/Internet)

O vocalista da banda amazonense Catraia Rock, Zelito Jacob, também não curtiu a ideia. “É um ato extremo, acho que não precisa de tanta coisa assim, me parece sufocante”, analisou.

Segundo Zelito, fazer a experiência, só se fosse pelo público. “Até faria se fosse para agradar ao público, mas, que não deve ser confortável, isso não deve ser”, falou aos risos.

O vocalista da banda de rock, se posicionou sobre o momento por qual passa a arte musical e a humanidade. “É uma ideia que não pega porque nós humanos não conseguimos viver assim, nesse grau de distância”, ponderou.

Otimista, Jacob acredita que em breve, sem precisar da bolha, os shows irão voltar. “Por enquanto é melhor manter o isolamento, os cientistas vão achar uma cura”, vaticinou.

Quanto a bolha, o líder do Catraia Rock, pormenorizou. “Não precisamos de mais bolhas, na verdade já vivemos em uma chamada de ‘redes sociais’”, filosofou Zelito.

Criatividade

O titular da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC), Marcos Apolo Muniz, analisou a ideia.

“É uma ideia criativa, diferente e, até certo ponto, divertida, mas, é preciso destacar que foi uma ação específica para um programa de TV, num ambiente controlado”, advertiu.

Apolo considera que os próximos meses irão exigir paciência e criatividade, dos agentes da cultura.

“Há muitas formas criativas de produzir eventos. E esse é o desafio para os artistas e produtores culturais nesse momento em que é preciso se reinventar, mas, temos que seguir os protocolos de segurança e saúde”, destacou.

Questionado sobre possíveis shows musicais em espaços controlados pela SEC, ele respondeu. “Ressalto que ainda não há previsão de realização de eventos com público”, informou Apolo Muniz.

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Eventos musicais são naturalmente indutores de aglomeração. Em tempos de Covid-19, isso é um perigo (reprodução/internet)

Mercado fechado

O produtor de eventos e sócio-proprietário da Tribus Produções, Vandex Alvino, saldou a proposta. “Acredito que podem até acontecer eventos nesse formato, seriam muito bons”, comentou.

Pressionado pelo mercado fechado, Vandex conta que a vida dos produtores não está nada fácil. “Fomos os primeiros a fechar as portas e seremos os últimos a voltar”, lamentou Vandex.

“Por isso, qualquer ideia que venha para somar, eu aplaudo”, desabafou. Ainda segundo ele, o mercado de eventos é terra arrasada. “A previsão de volta é somente depois do Carnaval do próximo ano, ou seja, para nós a pandemia vai durar quase um ano”, explicou.

“Estamos observando situações e decisões como a do Festival de Parintins, se ele acontecer, fatalmente outros eventos serão liberados porque aglomeração por aglomeração… qual a diferença?”, questionou. “Por isso que para mim, qualquer formato de show é válido, até show em bolha”, finalizou.

Fonte: Revista Cenarium

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