Da CNN Brasil – O Brasil registrou 203 mortes e 7.884 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, o segundo menor índice do ano para óbitos e infecções diários. O menor número de mortes foi registrado no dia 6 de setembro, quando foram notificados 182 óbitos pela doença. Já a mínima de casos do ano aconteceu no dia 13 de setembro, com 6.645 contaminações confirmadas.
A média móvel de óbitos ficou em 556 nesta segunda-feira (20), segundo os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com a atualização, o país soma um total de 590.955 mortes e 21.247667 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020.
Avanço na vacinação
O Brasil ultrapassou a marca de 50% da população adulta vacinada contra a Covid-19 com as duas doses ou a dose única da Janssen. Com isso, são mais de 80 milhões de brasileiros completamente imunizados.
Além disso, segundo um levantamento feito pela Agência CNN, mais de 88% dos brasileiros acima dos 18 anos receberam ao menos uma dose da vacina. Desde o início da campanha de vacinação, o país distribuiu mais de 260 milhões de doses.
De acordo com o Ministério da Saúde, com o avanço da imunização, a queda na média móvel de mortes e doentes por coronavírus chegou a 70%.
Estoque de vacinas
Acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em viagem aos Estados Unidos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não faltam vacinas contra a Covid-19 no Brasil e defendeu o amplo acesso dos países aos imunizantes. A declaração foi dada a jornalistas na saída do hotel em que está hospedado, em Nova York, na manhã desta segunda-feira.
Bolsonaro participa, na terça-feira (21), da Assembleia Geral das Nações Unidas. Hoje, o presidente da República se encontra com o premiê britânico, Boris Johnson, para tratar de questões ambientais.
Queiroga comentou que o governo brasileiro quer mostrar ao mundo que avançou na vacinação contra a Covid-19 e na vigilância sanitária e de variantes do coronavírus. Ele declarou que o país deve anunciar, durante a Assembleia, uma doação de vacinas ao Haiti. “O Brasil defende a ampliação do acesso às vacinas. Quando houver uma posição definitiva a cerca desse tema, conversaremos vocês (jornalistas).”
Ao comentar a suspensão da imunização de adolescentes, Queiroga criticou a falta de compromisso de estados com o Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com ele, governos estaduais começaram a vacinar jovens antes do previsto.
“Tenho defendido fortemente se obedecer as recomendações do PNI, o que lamentavelmente não é feito”, disse o ministro. “O que ocorre é que se vacinou de maneira diferente, e [dizem que] está faltando a segunda dose. Não está. É porque se distribuiu a vacina de uma forma desconforme.”
A recomendação do Ministério da Saúde para suspender a vacinação de adolescentes aconteceu após a morte de uma jovem de 16 anos, que recebeu o imunizante da Pfizer.
Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que a adolescente não teve uma reação adversa à vacina, mas sim morreu em decorrência de uma doença denominada “Púrpura Trombótica Trombocitopênica” (PPT).
Queiroga disse que o caso ainda é analisado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A mim, como autoridade sanitária, cabe avaliar eventos adversos à vacina, que existem e não são motivo para se suspender campanha de vacinação ou se relativizar os seus benefícios”, disse. “Mas já adianto: mesmo que seja um evento adverso ligado à vacina, isso não invalida a vacinação.”
O ministro da Saúde ainda afirmou que a perspectiva do país é ter, no final de outubro, toda a população acima de 18 anos vacinada com duas doses.
Pfizer em crianças
A Pfizer anunciou nesta segunda-feira que um ensaio de fase 2 revelou que sua vacina contra a Covid-19 é segura e gerou uma resposta “robusta” de anticorpos em crianças de 5 a 11 anos.
Estes são os primeiros resultados divulgados para esta faixa etária para uma vacina contra a Covid-19 dos Estados Unidos – no entanto, os dados ainda não foram revisados por pares.
A Pfizer disse que planeja submeter os dados compilados para esta faixa etária à FDA (Food and Drug Administration) dos EUA para autorização de uso emergencial em breve.
O ensaio incluiu 2.268 participantes com idades entre 5 e 11 anos e usou um regime de duas doses da vacina administrada com 21 dias de intervalo.
Estes testes usaram uma dose de 10 microgramas – menor do que a dose de 30 microgramas que foi usada para pessoas com 12 anos ou mais.
“A dose de 10 microgramas foi cuidadosamente selecionada como a dose preferida para segurança, tolerabilidade e imunogenicidade em crianças de 5 a 11 anos de idade”, disse a farmacêutica Pfizer.
As respostas imunológicas dos participantes foram medidas observando-se os níveis de anticorpos neutralizantes no sangue e comparando-os a um grupo de controle de 16 a 25 anos de idade que recebeu um regime de duas doses – com a dose maior de 30 microgramas.
A Pfizer disse que os níveis se comparam bem aos de pessoas mais velhas que receberam a dose maior, demonstrando uma “forte resposta imunológica neste grupo de crianças um mês após a segunda dose”.
“Além disso, a vacina foi bem tolerada, com efeitos colaterais geralmente comparáveis os observados em participantes de 16 a 25 anos de idade”, disse a empresa.
Um porta-voz da Pfizer também confirmou que não houve casos de miocardite, um tipo de inflamação do coração que tem sido associada a vacinas de mRNA.
Pedido de aprovação na FDA
A Pfizer disse que esses dados serão incluídos em uma “submissão de curto prazo” para os EUA e as empresas continuarão a acumular os dados necessários para solicitar a aprovação do FDA para a faixa etária de 5 a 11 anos.
A vacina da Pfizer está atualmente aprovada para pessoas com 16 anos ou mais e autorizada para uso em pessoas com 12 a 15 anos.
A Pfizer disse que espera dados de testes para crianças a partir dos 6 meses “já no quarto trimestre deste ano.”
“Desde julho, os casos pediátricos de Covid-19 aumentaram cerca de 240% nos EUA, ressaltando a necessidade da vacinação. Os resultados desses testes fornecem uma base sólida para a obtenção de autorização de nossa vacina para crianças de 5 a 11 anos de idade, e planejamos submetê-los ao FDA e outros reguladores com urgência”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, em um comunicado.
A comissária em exercício da FDA, Dra. Janet Woodcock, e o Dr. Peter Marks, diretor do Centro de Pesquisa e Avaliação Biológica da FDA, disseram em um comunicado neste mês que a agência revisaria os dados de uma vacina para crianças “o mais rápido possível, provavelmente em um questão de semanas em vez de meses “, uma vez que os dados tenham sido submetidos para autorização.
“No entanto, a capacidade da agência de revisar esses pedidos rapidamente dependerá em parte da qualidade e do prazo dos fabricantes”, escreveram eles.
Covid-19 em crianças acelera busca por vacina
Os apelos por uma vacina contra a Covid-19 para crianças se tornaram mais intensos nos últimos meses, à medida que os casos aumentaram entre as crianças.
As infecções por coronavírus aumentaram “exponencialmente” entre as crianças nos Estados Unidos e agora respondem por quase 29% de todos os casos relatados em todo o país, informou a Academia Americana de Pediatria na semana passada.
Ainda assim, as autoridades de saúde dos Estados Unidos enfatizaram que as crianças não são apenas “pequenos adultos”, e mesmo aquelas que se aproximam dos 12 anos não devem receber a maior dose de vacina disponível para pessoas mais velhas.
“Não queremos que as crianças tenham efeitos adversos. Concedida a autorização, queremos que elas possam ser vacinadas o mais rápido possível, mas vamos fazer isso direito”, disse Marks, da FDA, em um bate-papo realizado pela Research America Alliance na semana passada.
“Há uma diferença aqui porque eles não estão recebendo a mesma dose de uma pessoa com 12 anos ou mais. Eles têm que obter uma dose reduzida. E é por isso que não é uma boa ideia os médicos tomarem coisas em suas próprias mãos neste momento. ”
Mudança nas medidas restritivas
Bares e restaurantes do Rio de Janeiro voltarão a ter um cenário parecido com o de antes da pandemia a partir desta terça-feira (21). É que o avanço na flexibilização das medidas restritivas permitirá que os clientes sejam servidos nas áreas interna e externa, mesmo que estejam em pé nas calçadas.
No saguão destes estabelecimentos vale a exigência do distanciamento mínimo de um metro entre mesas e cadeiras – do lado de fora, a única determinação é que não ocorram tumultos ou aglomerações nos acessos aos estabelecimentos.
A mudança, publicada no Diário Oficial da capital fluminense, foi considerada um avanço bem recebido pelos empresários do setor.
Segundo o presidente do SindRio, Fernando Blower, a distância mínima entre as mesas ainda impacta os bares menores, mas as liberações permitem um retorno gradual ao padrão pré-pandemia.
A flexibilização é um movimento necessário para quitar as dívidas adquiridas por 71% dos associados do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio. “Os negócios ligados à gastronomia precisam de um alento. Precisam vender mais que antes para pagar as dívidas do período”, explica Blower.
A circulação de pessoas vai aumentar também em shoppings, casas de festas e de espetáculos, circos, parques de diversão e pontos turísticos.
Nesses locais, a lotação máxima passa para 70% da capacidade do espaço. Os eventos em locais abertos ganham limite ampliado: será permitido público de até 500 pessoas.
Já nas academias, piscinas e centros de treinamento e condicionamento físico o ritmo retoma a normalidade nas aulas em grupo – basta usar a máscara. Isso porque a entrada nesses lugares, desde o dia 15 de setembro, está condicionada à apresentação do passaporte da vacina.
O documento é obrigatório também nos estádios, onde a lotação máxima passa para 50%. A compra dos ingressos depende da comprovação do esquema vacinal completo – no caso de pessoas acima de 60 anos, a dose de reforço precisa ter sido aplicada pelo menos 14 dias antes da partida.
O mesmo intervalo vale para a segunda dose dos torcedores que têm entre 15 e 59 anos.
A fiscalização do cumprimento dessas regras ficará a cargo da Secretaria Municipal de Ordem Pública, da Guarda Municipal do Rio de Janeiro e do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária.
A flexibilização vai na contramão da taxa de ocupação de leitos na rede SUS da capital, onde a ocupação em UTI é superior a 80%: na cidade do Rio de Janeiro esta taxa está em 82%.
De acordo com o último boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz , no dia 17 de setembro, o estado do Rio ainda tem uma taxa de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave considerada muito alta: acima de 5 casos por 100 mil habitantes.
FONTE: CNN Brasil