Terminou na madrugada desta sexta-feira (24) o julgamento dos réus acusados da morte do policial militar Paulo Sérgio da Silva Portilho. Os réus foram julgados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e tortura.
O crime ocorreu em maio de 2017. O corpo do soldado foi encontrado na invasão do Buritizal, na Zona Norte de Manaus.
Dez dos 11 réus foram julgados. Os jurados absolveram três réus: José Cleidson Weckner Rodrigues, Henrique da Silva e Silva e Alex Azevedo de Almeida.
Outros sete réus foram condenados:
- Renata Lima da Silva foi condenada a 15 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Ela aguardava o julgamento em prisão domiciliar e poderá recorrer da sentença da mesma forma.
- Felipe de Souza Santos foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão em regime fechado.
- Jeferson de Souza Farias foi condenado a 21 anos e seis meses de prisão em regime fechado.
- Bruno Medeiros Mota foi condenado a 46 anos e dois meses de prisão em regime fechado.
- Willian Paiva Cavalcante foi condenado a 22 anos de reclusão em regime fechado.
- Rodolfo Barroso Martins foi condenado pelo crime de ocultação de cadáver em um ano e seis meses. Ele respondia ao processo em liberdade, pode recorrer da sentença nessa condição.
- Fábio Barbosa de Souza foi condenado a 39 anos e oito meses de prisão em regime fechado.
Um réu, Marcos Neves Serra, não compareceu ao julgamento. Ele estava no sistema semiaberto, com uso de tornozeleira, mas não foi localizado para ser intimado. O processo dele será desmembrado e julgado separadamente em uma próxima oportunidade, ainda sem data.
Julgamento
No primeiro dia de julgamento, na terça-feira (21), foram ouvidas quatro testemunhas, sendo duas de acusação e outras duas, de defesa, por modo presencial, além do interrogatório do réu Bruno Medeiros.
No segundo dia, quarta-feira (22), o juiz Rosberg de Souza Crozara interrogou inicialmente o réu Fábio Barbosa de Souza. Em seguida, os réus Felipe de Souza e Henrique da Silva foram interrogados. Todos os réus devem ser ouvidos até a tarde e, após o interrogatório, devem ocorrer debates entre acusação e defesa. No terceiro dia, após os debates, aconteceram as réplicas e tréplicas dos advogados até a decisão do júri, que foi dada por volta de 2h da madrugada de sexta-feira.
A ação foi julgada pela 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, no plenário principal do Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis.
Sobre o crime
O PM foi visto pela última vez no dia 26 de maio quando saiu da casa dele, no conjunto Águas Claras, bairro Cidade Nova, Zona Norte, por volta das 22h, para uma pizzaria no conjunto Campos Sales, no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus.
Segundo as investigações, Portilho teria ido visitar um terreno na área da invasão, que era tomada pelo tráfico de drogas. No local, ele foi amarrado, esfaqueado e enterrado após ser identificado como policial militar.
O corpo de Portilho foi localizado quatro dias depois do homicídio. Horas depois, a comunidade onde o PM foi encontrado foi queimada em um incêndio criminoso.
Segundo a Polícia Civil, o incêndio foi causado como retaliação a moradores que informaram a localização do corpo do soldado. Já os moradores contaram que policiais no local teriam sido responsáveis pelas chamas.
Fonte: G1 Amazonas