Procurador-geral da República participa de reuniões sobre insegurança na Amazônia

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Procurador-geral da República, Augusto Aras, participa de reuniões no Amazonas. — Foto: Divulgação/MPF
Procurador-geral da República, Augusto Aras, participa de reuniões no Amazonas. — Foto: Divulgação/MPF

Manaus/AM – O procurador-geral da República, Augusto Aras, participou de uma série de reuniões sobre a insegurança na Amazônia, no município de Tabatinga, no interior do Amazonas, neste domingo (19). Ele acompanha as investigações do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Aras afirmou que vai destinar mais 30 procuradores da República que vão trabalhar com exclusividade em toda a Amazônia. Segundo ele, dez deles vão cuidar de temas ambientais e indígenas. Ele também disse que, “com as autoridades competentes, [quer criar] propostas de reforçar a segurança não somente das lideranças da Univaja e dos indígenas da região do Vale do Javari, mas também estabelecer estratégias e inteligência para aumentar o efetivo não só do MP, mas de outras instituições que atuam para que o estado defenda o que é nosso”.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a visita de Aras teve como objetivo discutir medidas e ações de reestruturação da atuação institucional na região amazônica, ampliar a articulação com outros órgãos públicos com vistas ao combate à macrocriminalidade e ao enfrentamento de violações aos direitos indígenas, direitos humanos e outros crimes registrados na região.

Aras fez um sobrevoo pelo município de Atalaia do Norte, onde o indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips foram mortos. Ele deve conversar com as autoridades responsáveis pela investigação do crime, para acompanhar os desdobramentos do caso.

Ainda, durante a visita, Aras teve um encontro com o oitavo batalhão de infantaria do Exército, que atua na região. À tarde, teve pelo menos três reuniões fechadas à imprensa. A primeira foi com membros da força-tarefa, a segunda com membros do MPF de Tabatinga e do Estado e a terceira foi com indígenas da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Durante a manhã, o procurador participou de uma reunião com os coordenadores das câmaras de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais e Criminal do MPF e outros integrantes da Administração Superior.

Ele também participou de uma reunião com membros do MPF lotados em Tabatinga e no estado, com representantes do Exército, Polícia Federal, Funai e outras instituições para discutir medidas conjuntas de reforço da presença e atuação estatal na região.

Além de Aras, os coordenadores das câmaras de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais e Criminal do Ministério Público Federal, Eliana Torelly e Carlos Frederico, respectivamente, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, entre outros integrantes da Administração Superior do MPF, também participam da agenda.

Assassinato de Dom e Bruno

Dom e Bruno estavam desaparecidos desde 5 de junho, enquanto faziam uma viagem na terra indígena do Vale do Javari (AM).

Três pessoas foram presas suspeitas de participarem do assassinato e outras cinco também são investigadas por envolvimento no crime.

De acordo com a polícia, os cinco homens ajudaram a enterrar os corpos de Bruno e Dom. A polícia não revelou os nomes.

Eles devem ser indiciados pelo crime de ocultação de cadáver e vão responder as acusações em liberdade, devido o crime prever uma pena inferior a 4 anos.

Em nota divulgada nesta sexta, a PF também informou que as investigações apontam que não houve mandante ou organização criminosa envolvida no crime. Segundo o texto, a apuração continua e novas prisões podem ocorrer, mas o inquérito aponta “que os executores agiram sozinhos”.

Motivação

A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: desmatamento e avanço do garimpo.

Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, está detido desde 7 de junho. Segundo a polícia, ele foi visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco do suspeito, que vinha negando ter qualquer relação com o caso. Já Oseney, o “Dos Santos”, foi preso temporariamente na terça-feira (14).

O terceiro suspeito, Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, foi preso na manhã deste sábado (18).

Na quarta, além de confessar participação nos crimes, Amarildo também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom. Os restos mortais foram achados a cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás.

Com informações do G1 Amazonas

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