Região Norte regista queda na taxa de desemprego, segundo IBGE; trabalho informal cresce

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Foto: reprodução da Internet
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Manaus/AM – A busca por emprego formal está cada dia mais difícil e isso não é novidade, porém, essa realidade parece mudar com a recuperação continuada do mercado de trabalho. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na terça-feira, 28, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no segundo trimestre deste ano, ainda assim o desemprego atinge mais de 10 milhões de brasileiros.

De acordo com a pesquisa, pela primeira vez, a Região Norte se igualou ao sudeste do País. Dados Nacionais por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD) mostrou ainda que o Norte teve a maior redução em sua taxa de desocupação no último trimestre. Em relação ao mesmo período de 2013, o desemprego na região caiu 0,6 ponto percentual, passando de 7,5% para os atuais 6,9%. E, em relação ao segundo trimestre, a queda foi de 0,3 ponto.

Adjalma Nogueira, coordenador de Disseminação de Informações do IBGE (Reprodução/Internet)

De acordo com Adjalma Nogueira, coordenador de Disseminação de Informações do IBGE, o mercado de trabalho local está desenhando uma nova configuração, mesmo com a redução da taxa de desemprego a informalidade aumentou. Muita gente decidiu empreender e trabalhar por conta própria.

“A pesquisa estimou que a população desocupada, no Amazonas, no 1° trimestre de 2022, era de 256 mil pessoas, 5 mil a mais (1,9%) em relação ao trimestre anterior. Mas, na comparação com o 1° trimestre de 2021, foram 73 mil desocupados a menos (-22,2%) no Estado. Do total de 3 milhões e 950 mil pessoas em idade de trabalhar (de 14 anos ou mais), no Amazonas, foram estimadas 1.712 milhão de pessoas ocupadas, no 1° trimestre de 2022, frente a 1.671 milhão estimadas no trimestre anterior, ou seja, 41 mil ocupados a mais (2,4%), variação não estatisticamente significativa. Já em relação ao primeiro trimestre de 2021, a população ocupada aumentou em 173 mil pessoas, (11,2% de alta), explicou ele”.

Aparecida Rodrigues (Acervo Pessoal)

Aparecida é um exemplo disso. Há dez anos ela trabalhava com carteira assinada em uma empresa de relógios em Manaus. Com a pandemia e a crise econômica que afetou o Amazonas, ela foi desligada do trabalho. Foi então que decidiu empreender. Ela conta que já encontrou trabalho registrado, mas preferiu trabalhar na informalidade.

“Quando fui demitida não me desesperei. Comecei a pensar de que maneira eu ía prover o sustento da minha família. Então, decidi vender tacacá. Na verdade, eu faço mais que isso. Guardei parte do dinheiro que recebi na minha rescisão para comprar roupas para vender. Eu também faço artesanato, pulseiras. Me viro nos 30. No final das contas eu consigo ter uma renda maior do que quando estava empregada de carteira assinada”, afirmou ela.

A taxa do Amazonas (13,0%) segue maior do que a nacional, mas é a menor taxa observada no Estado desde o 1° trimestre de 2016 (12,9%). O Pará, segundo maior Estado da Região Norte, também apresentou redução significativa em relação ao trimestre anterior. A pesquisa mostrou que a população desocupada parou de procurar emprego registrado e escolheu o trabalho informal. Veja no gráfico a seguir os dados completos de cada Estado.

Perspectivas

Com o atual cenário de inflação nas alturas e juros em trajetória de alta, o crescimento da economia acaba limitando o ritmo de crescimento no mercado de trabalho. Na Zona Franca de Manaus, por exemplo, os três decretos de redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em até 25%, sancionados pelo presidente Jair Bolsonaro, agora não mais em vigor, poderiam ter comprometido muitos postos de trabalho. O governo federal, por sua vez, estuda algumas possibilidades para a aceleração da retomada da economia e garantir emprego e renda.

Com informações da Agência Cenarium

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