Redação – No último sábado (16) foi celebrado o Dia Internacional das Drag Queens. A data visa dar visibilidade para o movimento cultural que quebra padrões e luta por liberdade.
Ao contrário do que se pensa, ser drag queen não tem relação com identidade de gênero ou orientação sexual. Fazer drag queen é uma arte, uma cultura — e qualquer pessoa pode mergulhar nesse universo.
O movimento surgiu no teatro em uma época em que mulheres eram proibidas de interpretar papéis femininos. Dessa forma, os homens tinham essa função.
Isso ganhou outro patamar na década de 1960, quando as drags passaram a ser vistas como movimento cultural.
No Brasil, as artistas eram conhecidas como “transformistas” — por conta do uso apetrechos femininos. Elas se apresentam em passarelas, teatros, boates, danças.
Os caminhos abertos lá atrás, fizeram com que alguns artistas atuais escrevessem o nome na história. Pabllo Vittar, por exemplo, foi a primeira drag queen a se apresentar no festival internacional Coachella.
O destaque também chegou às telas, quando a presença de Dicesar — a drag Dimmy Kieer — que participou de um reality show na TV aberta.
Quebrando padrões
Homem cisgênero com vestes de mulher, mulher trans montada como Drag, gays, lésbicas, não importa. Como explicou a drag queen DaCota Monteiro, 26 anos, à CNN, “o movimento drag pega tudo aquilo que lhes foi dito que é natural, que é regra, e rejeita. Ele burla e quebra padrão”, disse.
A artista faz parte do elento do Reality Show Queen Stars Brasil, lançado em 2022.
DaCota diz que a arte mostra o visual e performaticamente que “o que nos foi apresentado como feminino, masculino é, não só construído, mas construível e desconstruível — passível de abstração, caricatura e muito mais”, afirma.
Quando a artista está montada, ela se diz capaz de tudo. “As pessoas nunca sabem o que esperar de uma drag queen, então tudo é justificável, eu me sinto invencível! Mas não é algo falseado, forçado nem nada do tipo, é eu sendo 100%, É a minha essência condensada numa persona”, destaca.
Para ela, o patamar alcançado com as cantoras ainda está longe de ser o ideal.
“A LGBTfobia ainda é muito escancarada, a própria Pabllo Vittar foi usada em fake news. Algumas de nós têm visibilidade e dinheiro, mas isso não significa aceitação e respeito de todos”, lamenta.
Para ela, a solução é a valorização do trabalho como artista, sem estereótipos. “As pessoas [precisam] validar nosso trabalho como uma arte e como um trabalho — que leva anos pra ser lapidado”, disse.
Com informações da CNN Brasil