Redação – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Governo Bolsonaro, chefiado por Ricardo Salles e, posteriormente, por Joaquim Leite, removeu do ar documentos públicos acumulados ao longo de quase três décadas com dados valiosos sobre meio ambiente. Entre os documentos estava um estudo de 2015 que previa chuvas intensas no Sul do País e outras tragédias climáticas. A denúncia é do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, confirmada pela pasta por meio de nota.
A gestão de Salles (2019 a 2021) foi marcada por uma série de escândalos ambientais, o que o levou a deixar o cargo após investigações sobre exportação ilegal de madeira. Ele foi condenado em primeira instância por fraude ambiental e enriquecimento ilícito.
No mês passado, o MMA informou que os arquivos “ficaram extraviados” entre 2019 e 2022, durante a gestão de Bolsonaro, quando o site da pasta foi transferido de endereço. Recentemente, parte do material foi recuperado. Além do Plano Brasil 2040, diversos documentos desde a fundação do ministério, em 1992, também se perderam, incluindo informações sobre áreas protegidas e leis ambientais.
De acordo com o Metrópoles, funcionários do ministério relataram que os documentos mais importantes estão sendo recuperados no Governo Lula, mas há materiais que continuam indisponíveis por conta de dificuldades técnicas. O agora deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) afirmou desconhecer o assunto quando procurado pelo portal.
Chefes do MMA
Ricardo Salles foi nomeado ministro do Meio Ambiente em 2019, cargo que ocupou por dois anos e meio, durante os primeiros anos do Governo Bolsonaro. A gestão dele foi marcada por escândalos ambientais, como exploração ilegal de madeira, facilitação do desmatamento, corrupção e redução da fiscalização.
Em 2021, Salles saiu após investigações sobre exportação ilegal de madeira e o ministério foi assumido por Joaquim Leite, ex-conselheiro de empresas ruralistas. Leite deu sequência às notícias falsas sobre o desmatamento e ainda culpou a Covid-19 pela diminuição e cancelamento das operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Com informações da Agência Cenarium