
Redação – O Governo do Amazonas, em parceria com o Comando Militar da Amazônia (CMA), iniciou o envio de ajuda humanitária aos municípios afetados pela seca no interior do Estado. Nesta terça-feira, 13, 116 toneladas de alimentos começaram a ser armazenadas em uma embarcação, que deve partir na manhã dessa quarta-feira, 14, de Manaus, com paradas estratégicas em Tefé (a 523 quilômetros de Manaus) e outros municípios, antes de seguir para Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital amazonense).
A Marinha do Brasil, também em parceria com o governo estadual, está realizando uma operação de apoio simultaneamente, enviando 31 toneladas adicionais de alimentos para duas cidades localizadas na Calha do Purus. “Desde janeiro deste ano, estamo s fazendo esse trabalho de organização, juntamente com a Defesa Civil, com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com o Corpo de Bombeiros, para que a gente pudesse chegar a esse momento”, disse o governador.

De acordo com o comandante do Centro de Embarcações do CMA, tenente-coronel Charles Bitencourt, a baixa visibilidade devido à fumaça sobre os rios não compromete o prazo das ações. “Estamos prevendo cumprir o trajeto normal, dentro do nosso cronograma, de 20 a 22 dias. Fizemos esse trecho recentemente, e a profundidade dos rios não deve atrapalhar o deslocamento”, afirmou o militar.
“O Exército tem sido um grande parceiro e, desde os anos anteriores, tem nos apoiado nessa logística, seja com balsas, seja com aviões, com helicópteros e com grandes embarcações e aeronaves, para que a gente possa transportar a maior quantidade possível de alimento”, destaca Wilson Lima.

Estiagem
O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou ainda em maio deste ano, medidas para enfrentar a seca prevista para a segunda metade de 2024, que pode resultar em níveis de água tão baixos quanto ano passado. Em 26 de outubro do ano passado, o Rio Negro, em Manaus, atingiu um nível histórico de 12,7 metros, o mais baixo registrado em 120 anos de medições.
Em julho, Lima assinou decretos com ações de combate às consequências da seca severa. O primeiro decreto oficializou o Comitê de Enfrentamento às Mudanças Climáticas, composto por 28 representantes de Secretarias do Estado, e que vai atuar em ação conjunta para contribuir com a otimização de distribuição de serviços à sociedade durante o período emergencial. Os decretos também contemplam a prevenção e a contenção de danos nas queimadas. Foi declarada emergência ambiental em 22 municípios das regiões sul e Metropolitana do Amazonas, que respondem por 96% das queimadas.
Outra medida adotada pela gestão estadual é uma frente de pesquisas relacionadas a situações de emergência climática, com apoio de instituições especializadas no processo científico como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação de Aparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A UEA conta com um laboratório especializado no monitoramento e diagnóstico do clima, o Labclim, coordenado pelo prof. Francis Wanger.
Segundo o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), as comunidades mais vulneráveis à seca incluem indígenas, ribeirinhos, quilombolas e moradores de áreas periféricas, que já enfrentam dificuldades como perda de terras e recursos naturais, além do acesso limitado a serviços básicos.
Reprodução Agência Cenarium