Estudo sugere que Terra está dentro de um gigantesco “vazio” no Universo

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Estudo sugere que Terra está dentro de um gigantesco “vazio” no Universo • Unsplash
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Redação – Um novo estudo apresentado por cientistas da Universidade de Portsmouth, durante a Reunião Nacional de Astronomia de 2025, propõe que a Terra esteja localizada dentro de uma vasta região menos densa do que o restante do Universo, uma espécie de “bolha cósmica”.

A teoria busca explicar a chamada “tensão de Hubble”, um dos principais enigmas da física atual relacionado à discrepância nas medições da taxa de expansão do Universo.

Esse nome se refere a um impasse entre dois métodos para medir a velocidade com que o Universo está se expandindo. Enquanto as observações feitas com galáxias próximas indicam um ritmo acelerado, os dados baseados na radiação do Universo primordial mostram uma expansão mais lenta.

Essa diferença tem intrigado astrônomos há anos e sugere que pode haver algo “errado” ou incompleto no modelo tradicional da cosmologia.

A hipótese apresentada tenta resolver esse impasse sugerindo que a Terra — junto com toda a nossa galáxia — estaria dentro de um enorme vazio cósmico, com densidade cerca de 20% menor que a média do Universo. Isso alteraria a forma como percebemos a luz e o movimento de outras galáxias, criando a ilusão de uma expansão mais acelerada ao nosso redor.

Segundo o astrônomo Indranil Banik, autor da pesquisa, esse modelo com um vazio local é milhões de vezes mais compatível com os dados atuais do que a explicação usada pelo famoso satélite Planck, que adota um Universo mais uniforme.

Os cientistas usaram um tipo especial de dado chamado oscilações acústicas de bárions (BAOs). Esses “ecos” sonoros do Big Bang ficaram congelados no tecido do espaço desde os primeiros momentos do cosmos e funcionam como marcadores fixos para medir sua expansão ao longo do tempo.

Ao comparar essas ondas com a luz que chega das galáxias (medida pelo chamado desvio para o vermelho), os pesquisadores notaram distorções que batem com a presença de um vazio ao nosso redor.

Se a hipótese estiver certa, isso muda a forma como entendemos a estrutura do Universo, sua idade e até sua origem. O vazio poderia explicar por que observações feitas de dentro dele parecem diferentes do que seria esperado em outras partes do cosmos.

Além disso, poderia ajudar a refinar a idade real do Universo, que hoje é estimada em 13,8 bilhões de anos — mas com margem de erro justamente por causa da tensão de Hubble.

O próximo passo dos astrônomos é comparar esse modelo com outros métodos, como os chamados cronômetros cósmicos — galáxias antigas que pararam de formar estrelas. Pela idade dessas galáxias e a luz que ainda emitem, é possível verificar se a expansão do Universo combina com o padrão que o vazio sugeriria.

Se os resultados continuarem apontando na mesma direção, a ideia de que vivemos num “vazio cósmico” pode ganhar força e forçar os cientistas a reverem as bases da cosmologia moderna.

Com informações da CNN Brasil

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