Negritude amazônica: CUFA celebra ancestralidade e resistência no Dia da Consciência Negra

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Foto: Divulgação

Redação – No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), a Central Única das Favelas (CUFA) Amazonas destaca a presença e a força do povo preto na região. A instituição propõe uma reflexão sobre ancestralidade, cultura e resiliência, presentes em mais de 600 territórios quilombolas na Amazônia Legal, e reforça que a negritude amazônica é uma força viva que resiste e transforma o território.

Para a CUFA, novembro vai além de um mês simbólico: é um marco de celebração e continuidade.

“Este mês não é apenas simbólico. É um lembrete de que nossa ancestralidade, nossa arte e nossa cultura precisam estar no centro do debate público o ano inteiro. Falar de negritude na Amazônia é reconhecer o valor de quem constrói esta região com força, fé e talento todos os dias”, afirma Fabiana Carioca, vice-presidente da CUFA Amazonas.

O presidente da instituição, Alexey Ribeiro, lembra que novembro reúne datas emblemáticas para a cultura periférica: o Dia da Favela (4), o Dia Mundial do Hip-Hop (13) e o Dia da Consciência Negra (20).

“A CUFA atua diariamente para evidenciar a potência negra amazônica e continuará fazendo isso. Nossa missão é transformar a narrativa sobre o que é ser preto e periférico na Amazônia”, diz.

Presença negra na Amazônia

Segundo o Censo 2022 do IBGE, 9,9% da população da Amazônia Legal se declara preta e 65,2% parda, mostrando que a região é formada majoritariamente por pessoas de origem afrodescendente.

Um levantamento da CONAQ e do Instituto Socioambiental (ISA) identificou 632 territórios quilombolas na Amazônia Legal, número 280% maior que o mapeamento anterior. No Amazonas, são 2.705 quilombolas em sete municípios.

Esses dados reforçam que a história e a identidade amazônica estão profundamente ligadas à contribuição negra, presente nas tradições, na culinária, na música, nas manifestações culturais e na resistência das comunidades.

Cultura, arte e futuro

A CUFA Amazonas defende que a potência negra não está apenas no passado, mas também no presente e no futuro.

“Ser preto na Amazônia é também ser criador. É usar a arte, a fé e o conhecimento como formas de existir e transformar. Essa é a força que queremos exaltar”, afirma Fabiana Carioca.

O rap que ecoa nas periferias, o grafite que colore muros, as danças de rua e os empreendimentos que nascem nas favelas são exemplos de como a cultura negra segue moldando o futuro da região.

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Fonte: G1 Globo

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