Promotores e técnicos do MP-AM vão compor força-tarefa em Coari, no AM

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Quatro promotores e técnicos do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) vão compor a força-tarefa que vai atuar no combate à corrupção no poder público e ao tráfico de drogas em Coari (a 363 quilômetros a oeste de Manaus). Um dos alvos da força-tarefa é o atual prefeito do município, Adail Filho (PP), conforme afirmou a procuradora-chefe do MP-AM, Leda Mara Nascimento Albuquerque.

De acordo com a chefe do MP-AM, essa é a quarta força-tarefa criada e enviada ao município de Coari, nos últimos dois anos, para trabalhar as demandas extrajudiciais, principalmente as denúncias de corrupção, e o crime organizado. Além dos quatro promotores de justiça, mais seis funcionários do MP-AM também compõem a força-tarefa, sendo três técnicos ligados ao setor de inteligência do órgão, e outros três que vão atuar na segurança dos membros da força-tarefa.

De acordo com a procuradora Leda Mara, o prefeito de Coari, Adail Filho, e outros ex-gestores do município que já passaram pela prefeitura do município, são investigados por corrupção e improbidade administrativa. “São agentes que vêm sendo investigados pelo Ministério Público. Nós temos inúmeros procedimentos. É importante dizer que esse trabalho não é um trabalho que o MP começa a realizar agora, mas é algo que já vem de muito tempo. O MP é muito atuante nessa questão, em torno da aplicação ilegal e irregular do dinheiro público”, disse.

Ainda segundo a chefe do MP-AM, são ‘inúmeros’ os processos de improbidade administrativa, corrupção e desvio de dinheiro público em Coari. “São muitas demandas que foram se acumulando a medida que os gestores foram passando. Não é algo de hoje, é algo que já vem de muito tempo, e nós (do MP-AM), independente de quem possa estar à frente da prefeitura, dos órgãos públicos, apuramos e atuamos no sentido de punir os responsáveis por esses crimes que provocam resultados muito danosos à população”, comentou.

O ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro e seus familiares, entre eles o atual prefeito, Adail Filho, foram tema de uma reportagem especial, exibida no dia 12 de agosto, no programa ‘CÂMERA RECORD’, da TV RECORD. A matéria apresentou esquema de corrupção que, segundo o programa, retirou milhões dos cofres públicos da cidade que é rica em petróleo.

Adail Pinheiro, atualmente, cumpre pena após condenação por corrupção e aliciamento de menores no município de Coari. Atual prefeito da cidade, Adail Filho é acusado de desviar dinheiro público para os amigos, e a irmã dele, a médica Mayara Pinheiro, foi eleita deputada estadual, nas Eleições de 2018, sendo a mais votada no Amazonas.

Força-tarefa

Na manhã de segunda-feira (19), a procuradora-chefe do MP-AM esteve em Coari com os membros da força-tarefa, que vão permanecer na Comarca da cidade pelo prazo de 60 dias. “O objetivo é dar um suporte ao Ministério Público da Comarca de Coari. É uma Comarca extremamente complicada, do ponto de vista da improbidade administrativa e do ponto de vista criminal também. Vocês (imprensa) são conhecedores dos problemas que Coari vive com relação ao tráfico de drogas. Recentemente a polícia realizou uma apreensão bem significativa de substância entorpecente, que resultou na prisão de lideranças de um grupo denominado ‘Gang dos Piratas’, que realiza esse trabalho de tráfico naquela região”, disse.

De acordo com a procuradora do MP-AM, apenas dois promotores atuam na Comarca de Coari, e o objetivo da força-tarefa é oferecer maior estrutura no combate ao crime. O MP-AM pretende criar uma promotoria extrajudicial, para que os procedimentos extrajudiciais sejam tratados apenas por um único promotor, e os outros atuem com as demandas da Comarca do município.

A Portaria nº 2259/2019 estabelece que o grupo de trabalho terá como objetivo “atuar nos feitos judiciais e extrajudiciais das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça da Comarca de Coari”. Ainda segundo o documento, a força-tarefa deverá ser coordenada pelo promotor Weslei Machado Alves e composta pelos promotores Leonardo Tupinambá do Valle, Fabrício Santos Almeida, Fábia Melo Barbosa de Oliveira e Gabriel Salvino Chagas do Nascimento.

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