O barco do capitão Bolsonaro fez água nas últimas 24 horas e pode naufragar. Os ratos começaram a abandoná-lo, mas os escorpiões ainda acreditam que poderão sobreviver ao naufrágio. As primeiras boias salva-vidas foram usadas pelo Centrão, que não é de morrer na praia, enquanto o núcleo duro do governo começou a derreter.
O capitão Bolsonaro pode repetir Francesco Shcettino, o capitão do transatlântico Costa Concórdia, que naufragou próximo à ilha de Giglio, na Itália, em 13 de janeiro de 2012. Diante da possibilidade do navio afundar, ele foi o primeiro a fugir. Acabou preso e responsabilizado pela morte de dezenas de turistas.
Bolsonaro tem nas costas 300 mil mortos, em razão, principalmente, do negacionismo de seu governo. Se o barco afundar, não deixará novas vítimas das quais se possa lamentar, mas libertará o País de um governo omisso, irresponsável, negacionista.
Bolsonaro pode até sobreviver a esse desastre, mas sem chances de sonhar com uma reeleição. Levará para o fundo do poço da história aliados inseparáveis – a direita doentia, extremista e cúmplice; alguns governadores que se tornaram dependentes do seu poder efêmero sobre a Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal e outras instituições do País.
Um governante que sabidamente erra e insiste no erro como Bolsonaro, que manda o brasileiro comprar vacina na “casa da mãe”, que diz que quem tomar o imunizante contra o coronavírus pode virar jacaré, que deixa faltar insumos básicos na rede hospitalar, que desdenha do luto de milhares de famílias, não sobreviveria tanto tempo se o seu poder sobre a polícia, os órgãos de controle, parte do Legislativo e do Judiciário não fosse tão grande.
Fonte: Portal do Holanda